Monday, January 15, 2007

NO MESMO LOCAL
PASSADO ALGUM TEMPO.





















Sem me recusar á idéia,
constato: era mais que inevitável...o dia teria de escurecer lentamente...













" Não gosto nada
De te vêr esse sorriso! "

- Qual sorriso?...

" Não te apercebeste dessa expressão? "



















- Deve ter sido

Uma reacção inconsciente!...

" Mesmo assim é estranho! "

- Tens a certeza
De que era um sorriso?














" Eu vi! "


- É realmente estranho...















" Em que pensavas? "

- Espera... só se foi isso...


















" Isso, o quê? "

- É ESTRANHO...
Tudo começara esta manhã
Ao acordar com sede,
Mas antes
Qualquer coisa se tinha passado...














" O que terá sido? "

Não sei bem...
Fôra talvez um sonho,
No qual a consciência substituía o sono
Pela felicidade vivida ontem...














" Não compreendo. "


- Também não era bem isto
Que tencionava expôr-te...














Mas qualquer coisa...

" Como se dormisses?... "



















- Talvez...
E que em simultâneo,
Tivesse consciência de tudo
Quanto me acontecia em pleno sonho.

" Mas tu não sonhas! "













- Exactamente!
Penso que esse é o motivo
Pelo qual sorri!...

" Sinto uma mudança em ti..."

- De súbito, caí em mim...



















Não com o sentido
Em que as pessoas o dizem!...

" Então, como? "

- Este cair,
Era lançar-me no interior
Deste não ser para mim...



















" Neste meu quase nada? "

- Nesta solidão interna,
Onde me encontro agora...

" Neste múltiplo ninguém? "















- Nessa quase ausência...
Porém,
Não era uma sensação desagradável!...

" Gostas de sentir isso? "

- Poeta!...
Contráriamente áquilo que me agrada,
Algo me oprime brutalmente...

" E é o quê? "

- Saber que por vezes,
Vivo emparedado

Como um fóssil...














AQUI

No qual uma estranha consciência
Se move
E me devolve a cada passo
O que sempre lhe recuso.
NÃO! NÃO! NUNCA!...



















ESTA CONSCIÊNCIA NÃO ME PERTENCE!...

" Não te pertence!?
É melhor calares-te!... "

- É forçoso lembrar-me,
Que esta vida

É UM MERGULHO VERTICAL
Com as circunvoluções idênticas
Ás do ventre materno,
E com a sua evolução a longo prazo.













Para cá disso,

É preferível imaginar-me
Descer a prumo pela alienação.














A Coisa não pára tão cedo...

" Nisso tudo e no resto,
O que é mais importante? "

- PERGUNTAR!...












E cada resposta que se obtém,

É uma manhã que renasce
Da noite anterior...
Contudo, a manhã não pára.

" O que virá
Para cá da manhã seguinte? "














( Foto de: Daniela Rocha )

- Alguma coisa se há-de repetir,
Senão a maior parte...
E queres saber?
Não importa...
Ás vezes convenço-me:














ISTO NÃO PASSA DE UM DÉJÁ VU...

" E o resto? "

- Qual resto? "
TUDO ESTÁ EM MIM
SEM PRECISAR DE MIM...














É isso que me agrada!...


( Um tema: " YOU GO TO MY HEAD " - Chet Baker )

Boa semana!

( Sempre que passa um segundo, amo-te mais um pouco, Danishe! )

Pain-Killer

6 comments:

naturalissima said...

Porque cada gesto, cada palavra, cada sentimento explícito aqui vai propositadamente ao meu encontro, vou-me sentindo cada vez mais uma mulher privilegiada, preenchida e acreditando num AMOR que é possível ser VIVIDO.

Mas para além deste grandioso "reencontro" de duas almas que se amam, que se desejam, existe uma profunda busca do TEU SER, como um estudo do teu "EU" por entre vibrações sensacionais, em tudo o que a NATUREZA, o UNIVERSO e o HOMEM te pode oferecer.

Absorves como esponja a beleza no que te rodeia, alimentado e fazendo crescer esse AMOR que já existe e que desejas partilhar com todos.

Acredito que de certa forma as tuas postagens vão ao encontro de quem os lê ... mesmo que sejam dificeis de se alcançar, tenho quase a certeza que farão a diferença...


Foi por ti que me apaixonei e estou a amar-te por seres assim...
nakudjula yintamo
cunhuntana yintamo
nakurandza maningue
Daniela

naturalissima said...

No mesmo local, à mesma hora, no mesmo dia da semana de muitas outras em que nos encontramos apaixonamente, vou-te esperar mais uma vez, de braços abertos para te abraçar, de lábios meus nos teus para te beijar e olhos meus nos teus para te dizer que nakurandza wene..., maningue...

Com MUITO AMOR
Daniela

naturalissima said...

" UM RIO DE SEDA...AZUL... "

Poderia ser um título adequado à minha fotografia... embora podesse "limitar" a leitura dela, noutros horizontes.
Curiosamente foi um dos que quiz dar: "seda azul"... mas ao vê-la melhor observo outras texturas naturais, objectos que são delicadamente tocados por uma seda de àgua e separadas por uma espuma bela, mas venenosa, simbolizando o mundo industrial (como bem o dizes), o mundo MODERNO "destruitivo"... Elegante na sua fotogenia, bela nos seus tons, maravilhosa com os seus relevos desenhando musicalidades próprias da natureza...

Fizeste um belissimo comentário... tocaste na minha sensibilidade e isso só me leva a crer que usamos uma linguagem idêntica com a qual nos entendemos na perfeição.

Com muito amor
beijo-te
Daniela

Rocha de Sousa said...

Meu caro,
Não venho falar sobre o seu último espaço, mas, impedido de falar con-
sigo por e-amil, devidamente, é meu
desejo, e em consideração por si e pela Daniela, dizer-lhe que não me pareceu adequado que se me tivesse referido como Dr.João Rocha de Sou-
sa, a propósito de foto do pôr-do-sol. Isso está em desacordo com uma relação que, embora ainda não seja pessoal, tem tido outro tom. E a verdade é que eu não estou em desacordo consigo, mas tenho opi- niões mais ou menos fundamentadas e o caso referido dificilmente sairá melhor dos termos com que o
tratei. «O que é a arte?» Como não acredito na arte como objecto de Deus, penso que se tratará de uma das categorias do nosso pensamento e decisão. Francastel falava mesmo em «pensamento plástico» e de de resto a bonita fotografia em refe-
rência não foi por mim classifica- da sem apreço. Você alia uma sensi-
bilidade rara, pelo que sei e vejo,
à sensibilidade e talento da Danie-
la. Isso sente-se e registo com ternura. Eu vi ela aparecer como pessoa ligada à imagem, envei-lhe um livro meu, acompanhei o modo como flmava. Mas isso não me retira
o direito (mesmo o dever) de ofere-
cer à Daniela a pedagogia possível.
Isso não pode levar-me a dizer que não há inovação (o homem ransfor-mou um osso em «machado de pedra)e que tudo não passa de clicé. Peço desculpa, isso um dia pode ser motivo de conversa nossa, assim o desejo.Além do maos a «ambiguidade»
de que fala é a «linfa» da consis-
tência estética. Aqui é que se po-
derá perguntar: haverá arte sem am-
biguidade? A tal imagem é, a meu ver, ambígua (porque roça onbvieda-
des «perigosas») mas resta-lhe uma parte do chamado «paradigma da be-
liza», como eu de resto dizia. Creia,Miguel, não sou académico nem
malicioso, emvora por vezes use um
humor incerto nas coisas que digo.
Não me trate mais por Dr. (porque sabia que eu iria saber): é uma de-
rência que nuna houve entre nós e a verdade é que já falámos um com o outro. Tenho a melhor das impres-
sões do seu trabalho. Evitemos ata-
lhos errados.
um grande Abraço e até breve
Rocha de Sousa
gostava que me facultasse o seu e-mail: não farei mau uso dele.

Rocha de Sousa said...

Miguel, outra vez,
Peço desculpa da cascata de erros
digitais que há no meu texto, mas escrevi-o sem estratégia, com sentimento, e por isso terá de deduzir algumas coisas, julgo que não é difícil
Rocha de Sousa

Carla said...

e sempre que passo um segundo a ler-te sinto que vale sempre a pena.
beijos e bom fim de semana