Friday, June 20, 2008

SEGUINDO OS TRILHOS
DA EXPERIÊNCIA




















É inevitável! O próximo comboio virá uma vez mais do passado. Não há dúvida: é ele que está em causa!...

" Porque olhas para mim
Dessa maneira?... "



















- Porque neste instante
O meu pensamento passa por ti,
Sem te fazer qualquer referência...

" Em que pensas então? "


- Em ti,
De forma indirecta!...



















" Sinto-me inquieto...
Porque será que nunca te vejo?
"

- Por vários motivos...

" Diz-me pelo menos um deles! "


- Meu caro poeta:
O meu prolongamento não é visível,

Situa-se fora de mim...

Direi melhor:

Parte de ti para o infinito...


" De mim, porquê? "


- Porque representas

A MINHA IGNORÂNCIA.



















Por consequência,

Estende-se desde a tua superfície

Até onde me for possível chegar!...


" E isso é igual a quê? "

- Equivale a saber
Que caminhas em mim,

ANALISANDO



















TODO O MEU SER PARA TI...

E nessa imensidão,

Tentaremos conscientemente conhecer
Que tipo de indivíduo somos na realidade,

Mas em vão.

" Como serei eu? "


- Sei apenas

QUE VAIS SENDO...














Mas em vez disso, porque não pergu
ntas:
" Como é que todo este céu azul
Que tenho cheio de coisas

Pode caber todo dentro de mim? "

Exactamente por isso,

Durante a existência dum simples homem:
Inumeráveis coisas

Ficarão por fazer

DENTRO DE SI


















Ou porque cada coisa,

Corresponde a uma pergunta

Que nunca se fará!...


" E porquê? "


- Porque também ele caminha

NO INTERIOR DO SEU SER















Tal como tu em mim...
Ou seja:

Vai pelos

TRILHOS DA EXPERIÊNCIA













Não vai em si...

Seguirá atrás da própria acção!


" Não compreendo muito bem,

Mas essa ideia agrada-me...

Tem um certo fascínio! "


- Em certa medida,
É normal que sintas isso, poeta...

Pois o fascínio,
É assim como um prémio
Para
a ignorância.

( Um tema: " WEAVER OF DREAMS " - Kenny Burrell )


Boa semana!


Pain-Killer

3 comments:

naturalissima said...

Sempre com um bom humor, vais falando de coisas sérias.
Estes diálogos em busca do contra a ignorancia, é ires ao encontro dela e questionares a sua presença.

Nestes espaços preenchidos com imagens cheias de significados, leva-nos sem dúvida a reflectir melhor estas questões do nosso "EU". Donde vim, para onde vou, afinal quem sou eu, o que fui e o que serei...

Quem me dera saber.

Espantas-me cada vez mais, ao mostrares trabalhos teus a nível fotografico. São belos. Diferentes e com uma carga muito própria, mesmo vinda de alguem como tu.
É o teu olhar, o teu gesto, o sentir a coisa de forma muito especial.
Há muita coisa encoberta que só tu é que sabes da sua existência... outras ainda por achares.

segues por um caminho que só tu é que conheces.
o comboio vem do passado... não sabes se vai parar na tua estação. mas não te vais importar com isso. porque estás confiante na tua caminhada.

Sigo ao teu lao de mão dada.:)
sempreamormeu
daniela tua

beijo.te ;-) peixinho

Rocha de Sousa said...

SEGUNDO OS TRILHOS DA EXISTÊNCIA
O combóio vira sempre do passado:
ele é o verdadeiro problama nossos
trajectodos todos. Se o combóio não
parar até se esgotarem os consumí-veis, então acabará por se arrastar
no trilho e imobilizar-se. Se os
passageiros aproveitarem essa pausa
na longa viagem, não enconrarão ne-
nhuma estação, não haverá nada em
redor.
Então pensamos: que fascímio era este que me tomava todo? O fascínio
era o prémo para a tua ignorância.
Todos os homens, fascinados, entram
sempre na linha errada. Quando se
sabe que não se sabe nada, procura-
mos vários formas (empíricas) de sabermos quem somos. Um dia poderá acontecer e acabarmos por saber
quem somos e será no espaço deserto
em que o combóio acaba por parar, inacreditavelmente sem mais linha
férrea à sua frente.
Durante o trajecto o rascunho artístico equivale a indagar que caminho nos é possível seguir. Na
solidão futura, sem poder retornar,
o homem indaga: porque será que nunca te vejo? É porque te repre-
sento COMO ignorância?

Esta remontagem do seu texto leva-
me a perguntar se a morte é o cume
da ignorância ou a errada represen-
tação de Deus?
Os talheres, num belo quadro repre-
sentativo, estão nítidos e nunca foram utilizados. Já a mesa está
gasta e nunca serviu para alimentar
a carne. O céu azul é limpo, mas não puro. As cores acabam quando o
combóio pára e já não tem gasóleo
ou lenha para retornar ao passado.
O pior é que deixou de ter futuro.
Rocha de Sousa

naturalissima said...

Khanimambo por existires meu amor!
Amei o teu comentário...
Beijo.te!

tuasempre