Wednesday, October 12, 2005

"PAIN-KILLERS"

Há um vulto indefenido
Duma árvore que morreu
Na margem dum rio sem nascente...
E entre mim e ela,
Estende-se o espectro da miragem...
E cada qual de nós
Espera a sua imagem.

Todos nós
Podemos ter a forma
Semelhante a qualquer coisa...
Mas nunca a semelhança
Daquilo que somos.

O que me convence
Neste compasso de espera,
Não é o agonizante silêncio
De qualquer estátua...
Nem o indiferente sorriso
Duma rua sem nome...

O que me convence
É a certeza
De que a tua juventude
Não foge,não me entristece...
Apenas sei que envelhece.













Pain-Killer

2 comments:

Talk Talk said...

Gostei especialmente da frase "podemos ter a forma semelhante a qualquer coisa...mas nunca a semelhança daquilo que somos".
Um bom fim-de-semana e Domingo lá estarei em Alvalade a "aplaudir" o Peseiro e companhia.
Um abraço.

Morfeu said...

Podemos ser quem quisermos, menos aquilo que somos genuinamente…pelo menos é o que a vida nos tenta fazer. Mas devemos ser o que existe em nós e somos sempre aquilo que pensamos e sempre no que nos tornamos. Somos Ruas Sem Nome até um momento que alguém lhe queira dar o nome que nós temos em nossa mente. Somos crianças até ao momento que nos queiram envelhecer…
Somos sempre frutos de Nós e de Quem Amamos…
Um abraço