" CAIS ABANDONADO..."




Contemplo as paredes
Desta triste e fria sala
E uma saída não vejo
Para a força emocional,
Que por entre meus dedos se esvai.








Penso então indiferente
Nos mares de azul e pranto
Onde flutua um amor antigo,
Duma esperança traída...




Ó amor calafetado,
Duma saudade ilegítima...
Naufragas agora,
Nas profundezas sombrias
Do meu destino.






Quem diria a estranha dor
Que imana desta fria sala,
Onde minha alma é uma nódoa,
E meu coração a corda
Partida de um violino!











É de ar livre que eu preciso...
E do rosto constrangido
Da minha cidade.




Sento-me no café
E olho a cidade que passa,
Ou não passa
Por passar...



















Talvez meu destino seja mais
Que ouro líquido
A repousar no vidro de um copo,
Ou a sombra de barcos
Sem mastros nem arrais,
Na lúbrica indiferença
De um CAIS ABANDONADO...



















Pain-Killer








Bom-fim-semana!