Thursday, December 02, 2010


BUSCANDO NAS PALAVRAS
UMA ESPÉCIE DE RAZÃO


"Gostaria de saber quem somos..."

- Primeiramente, alheios ao futuro.














"Quem somos?...
Serei eu, o acaso?"

- Tu és a coincidência
(sem nome para mim) inexpressiva.
Contudo, estamos por nossa causa...


















"Um pelo outro?"

- Pelo outro!
Em círculo,
Por cima do lago,
Por cima do sonho.














"Por cima de tudo?"

- Como se tudo fosse
Sem mais nem menos...














"Assim?"

- E sem razão alguma,
Sem hesitação.

"A vontade aqui não existe?"














- Se existisse,
Pressupunha uma esperança!...

"Como foi possível
Chegarmos a este ponto?"

Pensando bem, sinto que não chegamos a lado algum...aliás, nunca se chega nestes casos. Tudo está estando, e muito antes de qualquer iniciativa, até porque a iniciativa não é, não está, nunca esteve.

"Tudo é leitura, sequência?"
















- Tudo é visão impensada,
Como acontece no poema da
"
.

"Seremos um só
Após a decadência do vulgar?"














- Quem sabe...
Mas voltemos a nós...

"Vamos com as palavras?"














- É melhor,
Nelas há sempre um jogo,
Uma espécie de razão.

(Um tema: "SONG FOR A FRIEND" -
Parte I e II - Billy Cobham)

Boa semana!

Pain-Killer

2 comments:

Rocha de Sousa said...

Alguém disse, a propósito da per-
formance anti NATO: «Para os jo- vens, é tudo lgítimo. Para os que
viveram situações concretas, é ar-
repiante a fantasia.
Fantasia ou uma espécie de non-sense: mas o non-sense não serve para combater os males do mundo, nem sequer os da nossa própria al-
ma. O non-sense espelha o nosso por
vezes disfarçado autismo. Como acontece por vezes no Pain-Killer: a busca assenta em réplicas a nada,
nem a monante nem a juzante. É ver-
dade que isso pode servir para que
suportemos o excesso de informação
que gera contradições e nos sufoca
até à morte.

Miguel Baganha said...

João, o non-sense não se verifica neste caso e muito menos no da Nato. Tampouco existe "autismo" de qualquer espécie: nem mesmo o "disfarçado".
No blog Pain-Killer, existe, de facto, uma forma pouco ortodoxa de "comunicar" e talvez porque tal "comunicação" aconteça na deriva de exercícios introspectivos quanto à existência humana que, como saberá, vão desde a física até à metafísica. Um domínio assim é, com efeito, susceptível de alguma fantasia sobretudo quando se pretende abordar um tema complexo com grande amplitude. Relativamente ao non-sense de que me fala; ele só é aparente e visível aos olhos alheios porque, conforme disse atrás, os meus pensamentos são expostos neste blog por meio de uma sintaxe e semântica muito particulares, não revelando de forma convencional (a+b)as conclusões que lhes retiro, e sim através de uma linguagem que podemos chamar de codificada. Assim, fica inteiramente ao critério do leitor estabelecer uma conexão indirecta entre os assuntos - retirando as suas próprias ilações. A questão da cimeira é diferente, talvez feita de uma realidade mais urgente (mas nem por isso mais importante) e a minha posição mantém-se. Como este blog não é adequado a matéria política apenas deixo uma nota simples (na medida do possível): considero a manifestação ou "performance" ensaiada pelos jovens como legítima (note-se que não legitimei todas as acções irreverentes da massa jovem)justamente por eu mesmo colocar certas dúvidas quanto às "reais intenções" da Nato. Respeito (acredito que os autores da performance também) aqueles que "viveram situações concretas" bem como a ajuda prestada por tal organização na devida altura. Porém, nos dias de hoje, o cenário é outro:a NATO pretende definir os seus objectivos estratégicos e adapta-los aos interesses das grandes potências imperialistas dos EUA e da União Europeia (UE). Estes objectivos, como se sabe, irão expandir a zona de intervenção geográfica da NATO por todo o planeta e que, em boa verdade, há muito não se limita ao eixo euro-atlântico inicial. Este novo conceito resulta do desaparecimento do Bloco de Leste que limitava a expansão dos EUA e das potências europeias, permitindo-lhes sonhar com o controlo total do mundo, das suas fontes energéticas, recursos minerais e outras riquezas naturais: mão-de-obra e mercados para a maximização do lucro dos monopólios americanos e europeus. De resto, encaro a dita reunião de chefes de estado como um eufesmismo: tentaram demonstrar vontade em responder às grandes alterações mundiais, usando como argumento a profunda crise económica que a europa atravessa.

Geralmente não gosto da palavra "esperança" (isso está patente nesta e noutras edições do Pain-Killer) porque quando é evocada significa que algo vai mal ou menos bem. Mas abro aqui uma excepção: vou esperar que as minhas convicções estejam erradas e que as intenções da Nato não sejam (vou usar uma expressão sua) um «acto falhado».

Meu caro amigo, a busca de uma razão para a existência humana (ainda que se situe no meio dos dois extremos) continuará, por palavras ou por outros meios, incessantemente. Talvez a razão, a verdadeira razão, não esteja em descobrir mas sim numa procura contínua. Tal como Sísifo, rolando a pedra para cima e para baixo.

«É verdade que isso pode servir para que suportemos o excesso de informação que gera contradições e nos sufoca até à morte.»

Um abraço do seu amigo e admirador,
Miguel