MUDANÇA DE CLIMA
Está um final de tarde abafado, estático e turvo. Eu sinto-me bem mas o poeta sugere que me vá embora. Então, volto-me para ele e faço-lhe lembrar o que penso:
- O meu relógio não parou!
Já não são três horas,
E mais:
Pelo menos, sempre que quero
Faço o que penso...
Mas o que interessa
É ter maneira de substituir
O que já não se quer.
" Vamos embora!... "
- Espera mais um pouco...
Vistas bem as coisas,
A verdade é esta:
Quando já não se quer,
Alguma coisa surgiu
Dando lugar à substituição.
O poeta estava certo:
Acho preferível - disse para comigo: - pegar nos sapatos e sair da praia.
Boa semana!
(Um tema: "THIS COULDN´T BE THE REAL THING" -
- Versão de: Carl Tjader)
Pain-Killer
- O meu relógio não parou!
Já não são três horas,
E mais:
Pelo menos, sempre que quero
Faço o que penso...
Mas o que interessa
É ter maneira de substituir
O que já não se quer.
" Vamos embora!... "
- Espera mais um pouco...
Vistas bem as coisas,
A verdade é esta:
Quando já não se quer,
Alguma coisa surgiu
Dando lugar à substituição.
O poeta estava certo:
Acho preferível - disse para comigo: - pegar nos sapatos e sair da praia.
Boa semana!
(Um tema: "THIS COULDN´T BE THE REAL THING" -
- Versão de: Carl Tjader)
Pain-Killer
2 comments:
Passagem minimalista por um breve diálogo com o poeta, onde o pensamento de um querer deixa de existir, quando optamos uma decisão.
A verdade é que o relógio nunca pára!
Miguelindo, não podemos perder o comboio de regresso à casa :)
beijo-te com <3
O tempo muda com as nuvens e o bater do nosso coração, não porque se queira mas porque somos reféns de tudo isso, o que nos supera e contudo se estraga pelas nossas
próprias mãos. Não é com elas que
voltamos a calçar os sapatos? O
que pode o tempo das horas contra isso, sujeito aos segundos e aos minutos?
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