Sunday, November 08, 2009
HUMANA NATUREZA
Neste instante, existe em mim uma sensação lenta, arrastada, ou a ideia de que a Natureza criou o Homem não só para se transformar, como para se poder ver a si própria. A par disto, os homens lamentam-se, gesticulando à sorte como bandeiras agitadas ao vento sem a mínima intenção.
" Agradou-me...
Mas, estás certo disso? "
- Meu caro:
A Natureza, desde o princípio,
Do suposto princípio
E em dada altura, naquilo que era,
Mais ia sendo humana
Para a verdade do Homem...
A partir de então,
A matéria humanamente,
Presume-se que terá visto
Pela primeira vez
Através dos canais do espírito,
E para fora dele.
" Para fora dele? "
- Não faças caso!...
" Fora dela...
Dela própria?! "
- Em seu prolongamento natural!...
Constatando:
Da mesma forma que o Homem,
A matéria não se vê a si mesma
Mas nela mesma.
" Sem lado de fora? "
- Sem lado de dentro,
Como quem pensa deduzindo
Não poder sair de si.
E nisso, como já disse:
Está o Homem!...
" O Homem...
Será que ele existirá sempre? "
- Como poderei saber?...
Apenas sei,
Que se um dia a humanidade
Desaparecer da face da Terra,
O Homem morrerá na História.
(Um tema: " BLACK NARCISSUS " -
- Versão de: Flora Purim)
Boa semana!
Pain-Killer
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1 comment:
O que este post tem de curioso é o facto de parecer que lança uma interrogação milenária: a de como a matéria nos sugere que procura SABER-SE «em si»,como terá dito
Sartre: olha-se de «dentro», rompe
o véu intranponível. Trata-se de uma hipérbole do Miguel.
Em síntese:
Só o homem é capaz de se pensar a si mesmo, de si mesmo. e do «outro»
que há em di mesmo.
O homem na matéria «em si», revê-se nela. E contudo não tem saída, nem sequer a espiritual, porque tudo está entrosado. Se o Homem desaparecer por completo da Terra, ele próprio não terá existido. Ao
desparecer desaperece com ele a história. Com ele MORRE a História.
Se isso acontecer, pela perspectiva
da nossa consciência, nunca TERÀ HAVIDO Homem, nós. Porque nós so-
mos humanos porque nos inventámos pela consciência e pelo conhecer.
Sem conhecimento, seríamos COISAS.
Sartre trata o problema da COISA e da INEXISTÊNCIA em O SER E O NADA
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