Friday, February 20, 2009
A MEIO DA NOITE
E DO LADO DE CÁ DA RUA
O som que vem da rua trespassa-me... atravessa o quarto duma ponta a outra... já não regressa.
" Pressinto qualquer coisa... "
- É bom ter isso!...
" Será? "
- Quando temos um pressentimento
E bate certo,
É uma leitura de antecipação
Que fazemos...
" E quando nos sai o contrário? "
- É justamente
O que poderia ter sido
Se os dados estivessem lançados.
" Ainda bem que não estão. "
- Sabe-se lá...
Bom-fim-semana!
( Um tema: " STRANGER IN A DREAM " -
- Versão de: Marian McPartland )
Pain-Killer
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2 comments:
"O som que vem da rua trespassa-me... atravessa o quarto duma ponta a outra... já não regressa."
*
No enquadramento destes instantes a preto e branco, caracterizados por uma carga nocturna, misteriosa e bela, pressinto o medo em mim!
Mas pouco tempo depois, vejo que não estou só. Na parede branca do quarto, sorris para mim e com o teu olhar meigo dizes-me: "Vai correr tudo bem, meu amor.
Danishe, está a correr tudo bem :-)"
Beijo-te amor meu
Miguelindo meu... de olhos doces
Ainda bem que estas fotografias não
ilustram.
O som da rua é, muitas vezes, o ro-
lar da nossa própria respiração.Ca-
da expiração é tempo e esvair-se, e vida em curva. O pressentimento, aí, integra-se na vinda e na ida do ar que nos permite a consciên-
cia. O pressentimento inclui coisas
semi-desfocadas ou as falsas evi-
dências da alucinação.
Sim, de facto, os dados nunca estão
lançados. Se o estivessem, para ca-
da um de nós, a nossa vida era um
destino orwelliano. E se calhar an-
da perto disso.
Rocha de Sousa
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