Sunday, September 07, 2008


UM MOMENTO

EM PLENO TEMPO DO ABSURDO
















O poeta gostaria de saber a
o certo se o futuro existe, e essa incerteza, é de longe aquela que mais o atormenta. Porém, ele ignora que o mais importante não é isso... e além do mais, pouco adianta porque tudo se fará.
O que interessa realmente é saber que o f
uturo é inatingível, porque o presente jamais cairá nele... o presente não se limita. Se bem que, em certa medida a Coisa piora, porque assim podemos decidir não saber onde estamos... por outro lado, será que sabemos mesmo?

" Onde estamos? "

- Estamos em pleno tempo do absurdo.


" Esse tempo é impossível! "


- Confia em mim.

" Por essa ordem de ideias,

Sou forçado a concluir que não estou... "


- Estás a ver a coisa ao contrário:
O que tu estás

É PARA CÁ DO TEMPO
FORA DO TEMPO



















Aonde

Nem sequer presente existe.


" É absurdo! "

- É isso
CONCRETAMENTE!...














Aqui

E SEM INSTANTE














A realidade é esta:

Tudo baterá certo

Enquanto a minha consciência

AGIR SOZINHA



















E ao reflectir, possa dizer:

" Estou só... "



















Se estiver só

NÃO FALARÁ DE NÓS!...














" Acho que chegaste
Ao não-ser! "


- Não-ser!?...

Isso é uma das tais frases feitas...
Não passa dum palavrão impressionante!...
Ouve, poeta!...

NÃO-SER
NÃO É NÃO-SER...













" Então o que é? "


- Não-ser
É SER OUTRA COISA













Porque uma coisa

É OUTRA













Da mesma forma que eu

Não posso falar de mim concretamente.


" O que te faz pensar assim? "

- Todo o comportamento da matéria.















" Não atinjo o que me dizes! "


- Presta atenção:

A matéria é prostração infinita
Eternamente inerte,

Na qual um dia
Algo se infiltrou nela

Dando-lhe vida e

MOVIMENTO APARENTE...


















De certo modo, aparente não!..


" E que Coisa é essa? "


- Não sei!...


" Mas terá sido mesmo assim? "


- Até ao momento,

Não se fez mais
do que
FALAR SOBRE EFEITOS.














" Não é isso que os sábios dizem! "


- Eles que verifiquem!...

Chegarão à conclusão
De que o facto é único:

Quero dizer:

A verdade em si mesma

Não é possível,

Na medida em que

Não há termo de comparação com ela.
E mais...


O QUE É IGUAL AO PENSAR?...















" Nunca me ocorreu tal coisa!...
Então,

Onde estará a verdade? "


- Algures,


NO FUTURO...
















" E não haverá um meio de ir até lá? "


- Depois de tudo isto,

Ainda não percebeste?...


" Acho que não... "


- Deixa lá, poeta...

Quando chegarmos a casa

Faço-te um desenho.


( Um tema: " FLAMENCO SKETCHES " -

- Miles Davis )


Boa semana!


Pain-Killer

2 comments:

naturalissima said...

Podemos não falar do que não existe, mas temos o privilégio de sonhar, de imaginar e até com isso voar nos tempos. Viver momentos, mesmos que sejam nos tempos mais absurdos.
De dificil entendimento, estes diálogos, (muito bem apanhados), vivem propositamente para que possamos entrar em viagens metafisicas, relação Homem-Universo e num jogo permanente com passado-presente-futuro.
Cada um agora poderá absorver, sentindo e reflectindo como bem entender.
Apesar da nossa ciência estar bastante avançada, há ainda muito por alcançar... Portanto resta-nos continuar a sonhar e a imaginar como quadros abstractos estas maravilhosas viagens temporais da nossa existência.
A pergunta permanecerá sempre em nós.

Miguelindo, continuas em grande, no trabalho fotografico. Tratamentos adequados ao conteúdo dos diálogos.
Quero vê-los explorados de outra forma, noutros lugares, num tempo mais próximo.
:)

Continuo a amar-te... Estou a adorar fazer estas viagens contigo.

beijo.te com amor
Danielatuasempre

naturalissima said...

Também te amo, amor meu.
Sinto-te sempre junto de mim, principalmente em dias especiais como de hoje.

Beijo.te muito
Amo.te muito
até já <3
eusempretuaDaniela