Wednesday, September 17, 2008
QUASE...
OU A MÍNIMA DISTÂNCIA
ENTRE DUAS COISAS
QUE JAMAIS SE ENCONTRARÃO.
No caminho para casa, e além de toda esta gente que passou por mim; um padre cruzou-se comigo: dois caminhos?, dois trajectos diferentes num sentido único. O que ficou para trás?... não interessa!
Quase toda aquela gente conheço de vista... é certo que poderão dizer o mesmo de mim, ou seja: conhecerem-me superficialmente.
" Como é um homem? "
- ESTRANHO...
" Para não ser como ele,
O que é preciso ter? "
- MAIS DO QUE PRESENÇA
E sobretudo,
NÃO ESTAR AUSENTE.
E muito menos ser substituído
Por qualquer situação escusada.
" Não estar ausente? "
- Pensando bem,
Tudo é QUASE ausência
INCLUINDO O MUNDO...
" Tudo? "
- QUASE TUDO!
" Fala-me do mundo... "
- Do mundo?
Penso que
ANTES DE SER TRISTE
A Coisa talvez fosse isolada...
" Ou aparentemente isolada? "
- QUASE AUSENTE...
" Ausência... "
- É QUASE TUDO AUSÊNCIA.
" E antes de ser
Para tudo ser? "
- Para?!...
Poeta!...
AS COISAS NUNCA FORAM
AO SEREM O QUE SÃO...
Por isso, exactamente,
Nem sombra nem luz.
" Eu referia-me a antes de tudo! "
Aqui, numa perspectiva filosófica, pouco própria da poesia, o poeta tenta dirigir o seu raciocínio para o Infinito... porque ele sim, está antes de tudo, até mesmo antes... de antes. Por outras palavras: o nada quase absoluto, no não estar da ausência... e digo, quase; porque se o nada fosse absoluto, nada poderia existir!... Ainda nesta perspectiva: a ausência é quase o nada, aonde o nada é quase paralelo ao Universal, num quase absoluto da matéria. Porém, na perspectiva generalizada da consciência humana, a tendência é para elevar esta questão a um plano sobrenatural, metafísico, ou outro no género e quase sempre invocando a Cabala como única explicação do Inexplicável...
Em suma: a Coisa está longe de si própria.
" Não compreendo...
Será tudo quase? "
- QUASE TUDO!...
Repara bem:
Para cá do ser,
O SER DA SOMBRA E DA LUZ...
" No lugar da ausência? "
- Sim...
E finalmente no Homem
Intervalado em sua percepção,
Enquanto ele se distingue
COBERTO DE LUZ
PARA CÁ DA AUSÊNCIA...
( Foto de: Daniela Rocha )
" Mas afinal, o que é o quase? "
- É A MÍNIMA DISTÂNCIA
ENTRE DUAS COISAS
QUE JAMAIS SE ENCONTRARÃO.
Apesar da simples e óbvia definição; o poeta mantém-se céptico, confuso, algo reticente... talvez por saber - dentro do seu lirismo enjoativo e racionalidade conveniente - que é possível que duas outras coisas em idênticas circunstâncias, acabem finalmente por se encontrar. Mas por outro lado, será porque aí mesmo, esse quase; nunca terá existido: porque quase será sempre quase e nunca passará daí. Tal como o nunca, que será sempre nunca... ou porque as palavras só poderão ser exactas, quando os valores que elas representam forem eternos.
" Disseste que o Homem
Se cobria de luz no lugar da ausência...
O que quiseste dizer com isso? "
- É SIMPLES!...
Antecipando uma série de situações,
Isso quererá dizer ainda:
Quando feliz,
Terá na sua dor
A sua alegria
Como ausência de dor.
" E eu,
Porque sou triste? "
- Porque a bondade
Tem as suas consequências.
( Um tema: " YESTERDAY 'S DREAMS " -
- Freddie Hubbard )
Bom-fim-semana!
Pain-Killer
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3 comments:
"o nada quase absoluto, no não estar da ausência... e digo, quase; porque se o nada fosse absoluto, nada poderia existir!... Ainda nesta perspectiva: a ausência é quase o nada, aonde o nada é quase paralelo ao Universal, num quase absoluto da matéria. Porém, na perspectiva generalizada da consciência humana, a tendência é para elevar esta questão a um plano sobrenatural, metafísico, ou outro no género e quase sempre invocando a Cabala como única explicação do Inexplicável...
Em suma: a Coisa está longe de si própria."
Miguelindo, amor meu, hoje estou muito preguiçosa para escrever... fiz um apanhado do que foi para mim, um pequeno resumo do "Quase".
E como sei, tendo a certeza que nós dois não estamos ausentes em quase nada, (heheheheh)... o melhor é falarmos olhos nos olhos, porque sempre de mãos dadas, caminhamos na mesma direcção.
Em breve, em Las Vegas,... juntos num juramento... no mais alto nível da pimbalhada ;-) hahahahaha...
Estamos aqui para vêr...
viva Las Vegas!!!
Amo-te Miguelindo
Até já.
;-)
Começo a ler e a ver e gosto das fotografias e volto atrás para an-
corar perto do cais da «ausência»,
«quase» um cais porque, em boa ver-
dade, o sonho desfaz-se a cada mo-
mento. De que falo? Do cais da mi-
nha infância, no rio Arade? Ou do Cais de Alcântara, à partida e à
chegada? O desejo toldava-me a vis-
ta e afinal a verdadeira vida só tem sentido quando confrontada com
a morte.Então,antes de ancorar e
perder tudo, vejo a ausência como
ter feito tudo «porque sim» e «para
nada».
R.Sousa
Fiz, passo a passo, a tua espiral descendente. Estava curiosa sobre o que encontraria no fim... ou se teria fim - por momentos duvidei, oniricamente, de que o tivesse.
Mas "aterrei" nele, como quando vou a olhar para as estrelas e dou comigo estatelada no passeio duro.
"" E eu,
Porque sou triste? "
- Porque a bondade
Tem as suas consequências."
Doeu. Mas é verdade.
Deixo-te um beijo*
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