Tuesday, November 13, 2007

PRESENÇA IGNORADA

A noite, pa
irava suave e mansa, como o pressentimento dum mal que se aproxima sem se ver. Lentamente e sem o mínimo esforço, a cor acentuou-se, tornando-se mais nítida, mais real, numa conveniência íntima... percebia-se que a Coisa coincidia lentamente. Então, o poeta entrou no jardim... escolheu um banco e sentou-se, apoiando a cabeça sobre a parte roliça do banco.














Dir-se-ia que descansava, porém, a ideia não era essa: é que assim, o seu olhar seria mais profundo, mais atento e incisivo.












" A presença humana vê-se? "

- NENHUMA PRESENÇA SE VÊ!















" Como é isso possível? "


- Quem faz uma pergunta dessas,

Inconscientemente sabe a resposta.


" Entendi perfeitamente. "

Subitamente, apeteceu-me sentar junto dele, mas
a concentração em que o via era tal, que o meu desejo se desvanecera por completo.
Senti que ele aceitava agora, sem hesitação, que a existência desconhece a presença humana.
E compreender a razão, era para ele pura transcendência... pesadelo autêntico.














" Existência...
O que é a existência? "


- A existência?...

A EXISTÊNCIA É TUDO...















TUDO É ESTAR!...















" E vê-se? "


- TUDO SE VÊ















MENOS
A APARÊNCIA DE QUALQUER COISA
.















" A morte é uma aparência? "


- Não!...

" E vê-se? "


- Presta atenção, poeta!...

NA EXISTÊNCIA















NÃO HÁ LUGAR PARA A MORTE...















O MUNDO DA MORTE
É NA AUSÊNCIA.














" Não quero morrer!... "


- Vá lá...

Deixa-te de pieguices...

( Um tema: " I WILL WAIT FOR YOU " -

- Versão de: Gil Evans )


Boa semana!


Pain-Killer

3 comments:

naturalissima said...

Não li ainda...
quiz primeiro de tudo dizer-te que gostei muito do teu trabalho como fotografo... Os tratamentos ficaram o máximo.
já volto...

Continuo a amar-te muito.
beijo-te com paixão...
até já
tuasempreDaniela

naturalissima said...

Acabo de te ler... e dentro da minha maneira de saber sentir a ausência ou a presença, não passa de transformações constantes. A presença que se torna ausente, passando a ser outra coisa, num outro presente, em espaço de tempo...

Dás continuidade a um novo "estilo" de apresentação... ou melhor, estás a dar-nos a conhecer o talento que tem vindo a ser descoberto. Para além de saberes tirar fotografia, tens a sensibilidade em grande escala ao escolheres adequadamente os conteúdos, enquadrá-los e tratá-los com beleza.

Parabéns por este bonito trabalho, Miguelindo. De todos (em relação aos ultimos que tens vindo a realizar com fotografias tuas), é o melhor. O movimento do conteúdo e as cores estão dentro de uma harmonia agradavel e belas quando acompanhadas pelo diálogo.

Não pares. Quero vêr mais e mais. ;), meu peixinho doce

AMO-TE
Danielasempretua

Carla said...

Será eterno, enquanto eterno nós o também formos...
A consciencia... é relativa... tao relativa como os valores de cada um...

bom fim de semana
bjx