APONTAMENTO
PARA UM DIA INSIGNIFICANTE.
Este quarto deve cheirar imenso a tabaco...será que a mosca passa mal as noites? Para cá disto, é melhor pensar ás escuras.
Noutro prisma, tenho de admitir que sempre tenho pensado ás escuras, e depois, esta luz teima em não entrar cá dentro...
Ou porque a experiência que tenho,
já por si é luz.
" Em que pensas? "
- Porque perguntas sempre em que penso?
" Porque te sinto calado
E de olhar fixo! "
- Pensar
Não é a razão principal,
Aquilo que me obriga a pensar
É QUE SIM!...
" O que acontece
Quando pensas no que pensas? "
- Penso que aquilo em que penso,
É ainda uma miragem daquilo que sinto...
" Constróis armadilhas! "
- Assim parece...
Mas isto não é outra coisa,
Senão a transcendência que esta
FELICIDADE ME PROVOCA.
" Inconsciência? "
- Manifestação pura,
Particularmente
Quando procuro extraír á imagem cega,
O espectro emergido
Do abismo dos teus sonhos.
" Gostas de coisas complicadas! "
- Nada disso:
AS COISAS É QUE SE COMPLICAM!...
" Tudo dependerá
Do nosso ponto de vista? "
- DE NOSSO CONTEÚDO.
( Foto de: Daniela Rocha )
" Vives na apreensão... "
- Na fuga,
No próprio objectivo!...
( Três cenas do filme: « A FUGA »
De: Daniela Rocha )
" Isso lembra-me o filme
Que a Daniela realizou... "
- Sim...
« A FUGA »
É um filme curto, mas ilucidativo...
Revela que o Homem
Tende a fugir da vida,
IGNORANDO
O QUE ESTÁ POR TRÁS DE CERTAS PORTAS.
" A opacidade do desconhecido
Fascina-te... "
- Mas é fundamental
Impedir que a inibição me comprometa...
" Que vais fazer hoje? "
- NÃO DIGAS HOJE,
NUNCA MAIS DIGAS HOJE!...
" Então, o que faço? "
- Limita-te a perguntar o que vou fazer,
E isso basta.
" Pois seja... "
- Vês?
Acontece que a Coisa se proporciona...
Seguirei em frente...
DE FRENTE PARA CÁ
E ao penetrar no inconsciente
Analisa-lo-ei.
" Analisa-lo-ás!? "
- Misturar-me-ei com ele,
E ao dar-me á percepção
Trespassarei a opacidade
Seguindo na luz da tendência,
Sem dispensar o lado irracional
Do instante em que me tornar...
Então depois, poderei dizer:
Se sou para mim
É PORQUE SOMOS DOIS
Ou porque é totalmente impossível
Falar concretamente de mim
Ou de qualquer coisa...
Ou ainda:
Se tento falar daquele,
DAQUELE...
Daquele que sou eu,
Estou falando daquele...
DAQUELE
E não de mim!...
E tudo isto
Depois dum instante passar a outro,
Mas esse outro é sempre o mesmo...
O ANTERIOR.
" Penso
Que tinhas pensado nisso
Muito antes de te expressares!... "
- Tudo acontecera em sequência...
Puro improviso...
Além do mais, já te expliquei
O que é o improviso!
" Sim, tens razão...
Mas, no meio de tudo isso
Há uma coisa
Que realmente me seduz... "
- O quê?
" Gostaria de conhecer o teu mundo,
Mas sinceramente
Nunca sei onde estás! "
- Poeta, vou segredar-te uma coisa:
O meu mundo, é aqui...bzz, bzz, bzz...
E eu
Situo-me precisamente
NO CENTRO.
( Um tema: " MY ONE AND ONLY LOVE "
- Versão de: Céline Rudolph )
Pain-Killer
Saturday, April 21, 2007
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4 comments:
Miguelamorsómeu
Já sou "suspeita" ao deixar aqui o meu agrado, a minha admiração, pelo trabalho que aqui apresentas, como poeta, homem que sonha, ser que busca o equilibrio e o crescimento espiritual.
Ao procurares transmitir e/ou despertares nos outros algo que seja possível alcançar, estás a fazê-lo contigo mesmo... e isso é de se louvar.
Acaba por ser uma força psicológica importante... sem "FUGAS"...
"A FUGA" nem sempre é um acto ou expresaõ de abandono das nossas responsabilidades e do MAL, mas pode ser também uma forma de "VIRAR COSTAS" a um mundo cruel, consumista, egoísta, desumano,... Se assim fosse possível despresar essa corrente doentia, logo esse mal perderia a sua força, o seu poder... enfraqueceria...
Se repararmos, ele é um parasita,... necessita de todos nós para se manter vivo.
Estou errada, Miguel?
Quanto ao resto, amormeu, vivemos para também crescermos... e estamos juntos para ultrapassarmos as dificuldades que vierem por ai, sempre com a confiança em NÓS!
Amo-te sempre
tuaDaniela
Egoistamente, amormeu, tem sido muito importante as tuas manifestações e atenções de amor que me ofereces...
Espero mercer tudo e tanto o que me tens dado, meu amor. Espero saber corresponder a todo um sentimento de pureza e delicadeza que tens tido para comigo.
És sem dúvida um homem diferente... e ainda bem... ;)
Beijo-te carinhosamente
Danielasempretua
Miguelsódela,
A ideia da «fuga» tem um enraizamento num certo cinema que
a Daniela vira e de alguns outros
tetemunhos com que contactou já em
Lisboa. Estive a ver o seu «post», que me lembra cada vez mais a música «dodecafónica» - aqui sim algo que se abre à harmonia e logo se estilhaça pelo ruído dos contrários ou das imagens inespera-
das, essa espécie de ruído que muito acompanha a música erudita moderna. É uma produção singular,a
sua, pois faz-nos sonhar e acordar
quase em simultaneidade. Trata-se de uma linguagem principalmente visual, de uma deriva, bem perto do que poderia ser um «hipertexto»
em movimento, nós em situações de forte impacto e a par de outras de
dimensões paralelas, onde no próprio inferno se inserem espaços
celestiais, coisas breves, um beijo
ou uma flor. A protagonista de «A Fuga» bate a uma porta que não se
abrirá - ou a angústia que a Daniela imprimia a esse plano deixa-nos o acesso livre à imagem dela, autora, deitada no chão, a sorrir, ela que o beija, a si, ao mesmo tempo, apenas suspensa de uma
ordenação que só parece temporal mas que se perdeu de toda a cronologia. Mas também digo que a
fuga do filme não é uma renúncia: é
uma consatação de que a derrocada fechou os caminhos e as portas, resta o horizonte para onde o caminhar equivale à deliberação da procura alternativa, recomeçar do
zero. Claro que a obra, sendo suficientemente aberta, ns pode
deixar imaginar que a personagem
desistiu de correr porque lhe basta
andar até ao abismo.
do seu 8como diria o 1º ministro)
Rocha de Sousa
encanta-me ler-te!
jinho e votos de boa semana :)
Kiss
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