" O ANIMAL CÁ DENTRO..."
















" Sabes?...
Reconheço ter aprendido imenso contigo... "

- Acredito!...
Mas não deixes de desconfiar
Do rigor de qualquer sentença,
Pois é natural que possa haver
Alguma coisa mais
Debruçada
Sobre este querer espontâneo.














" De que é que desconfias? "

- E como foi possível esta desconfiança?

" Será que esse racíocinio
Deriva de vaidade? "














- De vaidade?!...
Se ainda derivasse de
AMOR













RAZÃO














CONFIANÇA














AUTO-CONFIANÇA



















OU AUTO-DETERMINAÇÃO...













" Não estarás a tentar enganar-te
Com o que sabes? "

- O QUE É QUE SEI?...
Não importa!...
O que mata a minha sede



















É quando tento compreender,
E me apercebo
De que algo se activa
Para mim...
Mas não:
É toda uma ansiedade
Tentando chegar ao seu limite,
Ao seu desinteresse...













Paralelamente a esta apreensão,
Sinto
Como que uma tranquilidade momentânea...














( Foto de: Daniela Rocha )

" De que se trata? "

- É certamente o animal
CÁ DENTRO
Regressando á sua noite silenciosa



















Á superfície clara do seu sono.
Apaziguado pelo amor,
Emergindo para a paz.

Pain-Killer

" There is, a class of fancies, of exquisite delicacy, which are not thoughts, and to which, as yet, I have found it absolutely impossible to adapt language. I use the word fancies at random, and merely because I must use some word; but the idea commonly attached to the term is not even remotely applicable to the shadows of shadows in question. They seem to me rather psychal than intellectual. They arise in the soul (alas, how rarely!) only at its epochs of most intense tranquillity--when the bodily and mental health are in perfection-- and at those mere points of time where the confines of the waking world blend with those of the world of dreams. I am aware of these "fancies" only when I am upon the very brink of sleep, with the consciousness that I am so. I have satisfied myself that this condition exists but for an inappreciable point of time--yet it is crowded with these "shadows of shadows;" and for absolute thought there is demanded time's endurance. "

EDGAR ALAN POE



















( Um tema: " THE RAVEN "- Alan Parsons Project-
adaptação do poema " THE RAVEN " de Edgar Alan Poe )

Boa semana!

" HENRIQUE POUSÃO "

















Nascido a 1 de Janeiro de 1859, em Vila Viçosa.














Pintor notável, que na segunda metade do século XIX lançou as bases do modernismo em Portugal, á velocidade de um cometa que cruzou o nosso Universo cultural sem antecedentes justificáveis.










Henrique César de Araújo Pousão morreu em Vila Viçosa, ( sua terra natal ) a 25 de Março de 1884, com apenas 25 anos de idade, depois de breves estadias em Paris, Roma, Capri e Nápoles, cidades que abandonou devido á doença que o viria a ceifar, pouco tempo depois, na flôr da idade.



















Pousão, foi um caso ímpar...
Algo insólito na pintura portuguesa...














Como sucedeu vinte anos mais tarde, com Amadeo Souza Cardoso, também ele falecido muito novo.


















Houve quem estabelecesse um paralelismo entre a obra de Pousão na pintura do seu tempo e a poesia de Cesário Verde, ambos instaurando no Portugal de oitocentos, os alicerces sobre os quais se edificou depois o modernismo, por via de Amadeo nas artes visuais e Fernando Pessoa na poesia.

































A todos uma boa semana...pintada de alegria.



















( Um tema: " TANGO TO EVORA " -Loreena Mckennitt )

Pain-Killer

" A NATUREZA DA NATUREZA "















( Foto de: Daniela Rocha -
- tratamento de: Miguel Baganha )

" Para onde vamos hoje?... "

- Meu caro poeta...
Nós não vamos,
ESTAMOS!...

" Estamos!?...
Estamos aonde?... "

- Na natureza da Natureza.



















" O que é a natureza da Natureza? "

- O SEU MODO DE SER
EM SUA PRÓPRIA FORÇA...



















( Foto de: Daniela Rocha )

É por conseguinte,
O SEU PARTICULAR.
Enquanto o Homem
Parecer-te-á o cérebro dela...













Mas na verdade, só ela ordena:














IMPONDO-SE
MARCANDO NELE...

"Decidindo? "



















( Foto de: Daniela Rocha )

- O QUE NÃO ENTENDE POR SI!
Em face disto, não perguntes mais
PARA ONDE VAMOS!...

( Um tema: " SENSITIVE KIND " - J.J.Cale )

Bom-fim-semana!

Pain-Killer

TERÇA-FEIRA DA PARTE DA MANHÃ
NO LOCAL DE TRABALHO.















Para cá da sede que tenho, começo a achar estranho o meu comportamento...antigamente, os dias passavam naturalmente sem qualquer preocupação de tempo ou lugar, os momentos eram vividos com regularidade, não havendo extremismos de espécie alguma.
A Coisa, fora de si, não excedia o normal...se digo " fora de si " é no sentido indirecto da vivência. A Coisa era tranquila, impenetrável, quase opaca... Normal?...É claro que aqui o caso é perfeitamente discutível!...
E agora?...
Agora, A COISA É OUTRA!...
Independentemente do seu PARECER INDEFINIDO, tornou-se neurótica.
Vive constantemente em sobressalto, apressa-se por tudo e por nada, vive ansiosa, esperando impacientemente o dia de amanhã, aonde o tempo estorva.














" Vamos até Lisboa?... "

- É isto!...

" É isto, o quê!?... "

- Queres vê-la?...














" Sim!!!
Porquê?...Não queres!? "

- Evidentemente que sim!...
O que não estou é tão impaciente!...
Tem calma...

" Ás vezes penso
Que não é para mim que falas... "

- Foi bom teres dito isso...

" Porquê?... "

- Porque pensando bem,
NUNCA PODEREI FALAR CONTIGO!...












" E eu?... "

- Outra vez?...
Tu o quê!?...

" Para quem falo?... "

- Falas sozinho!...
QUASE SOZINHO...













O que te vale sou eu
QUE TE RESPONDO...
E ainda assim
Não deixarás de ser quem és.














" Não percebo...quase não percebo...
Porque estás contra mim?... "

- É ISSO!...
É isso mesmo!...
Só através de ti
SABEREI DO MEU ESTADO DE ESPÍRITO...













" Não serei eu
O teu estado de espírito?... "

- Ainda que isso me conviesse,
Seria preciso



















SABER QUEM SOU CONCRETAMENTE...

" Acho preferível saírmos... "














- Foste oportuno.

( Um tema: " LITTLE WING "- Jimmy Hendricks -
- Versão de The Corrs )

Estive contigo...agora mesmo, Danishe...
Amo-te...todos os dias mais um pouco.

Boa semana!

Pain-Killer

AO FIM DE QUALQUER COISA,
OU ANTES DO ALMOÇO...

















Os ponteiros do relógio subiram até ficarem na linha de prumo, tal como a maçã cortada de alto a baixo.












- Poeta!...
Que conseguiste esta manhã?...

" Estive a lêr... "
















- E que mais te sensibilizou
Durante a leitura?...

" Algo que tem a vêr comigo. "



















- Então o quê?!...

" Alguém disse que
- Escrever é um acto solitário - "



















- Não, não é tampouco assim!...
" ESCREVER "
Não " é um acto solitário ".

" Não é?! "

- Em princípio,
Porque nada " é " solitário!...















Presta atenção:
Essa aparência nostálgica,
ESSE ISOLAMENTO FALSO














Até certo ponto
Oculta um mundo repleto de significações!...

" Nem mesmo o insólito
E a sua não-relação
Com o ambiente que o cerca? "















- TAMBÉM NÃO!...
Ou porque ele
É
Ou representa um ambiente
Em que julgamos não estar...
E uma vez que assim é,
Tem a faculdade
DE SER QUANDO NÃO É!...



















Estes equívocos ou forças de expressão
Especialmente com um fundo poético,
Acontecem por tendência natural.
Mas por outro lado,
O QUE É
Que é definitivamente está certo?...











" Pois é... "

- Repara numa coisa:
Se eu quiser afincadamente,
Posso contrariar com lógica
Tudo quanto de momento afirmar
E me pareça estar certo.














" Não acredito! "

- Mais tarde,
Verás que tenho razão!...












" Mas dizias tu... "

- QUER QUEIRAM OU NÃO:
" Escrever é " também " um acto "
De vivência,
De enquadramento relacionado...
E mais...
É um mundo intacto














( Foto de: Daniela Rocha )

VIVO
REPLETO!...

" Correspondido? "

- Mais concretamente direi por conveniência:
ESCREVER














" É " CONSCIÊNCIA PROCESSADA
NO PRÓPRIO " acto " DE " escrever ".

( Um tema: " POOR BUTTERFLY " -
- Zoot Sims / Joe Pass)

Bom-fim-semana!

Pain-Killer