UM ETERNO BAILADO
DO LADO DE CÁ DA VERDADE.
Que diferença faz, ter de aceitar o ontem e o amanhã, se tanto uma coisa como outra estão incluídas neste HOJE?...
- Poeta!
Se tiveres de escrever
QUE SEJA JÁ!...
" Porquê? "
- Eu te digo:
NÃO ESPERES
O futuro
NUNCA MAIS CHEGA!...
" Não creio nisso! "
- Entre nós
A tal distância...
" Eles dizem que o futuro é AMANHÃ! "
- Achas que sim?
Pois bem:
ONTEM
Pensei no dia de hoje...
Pensarão eles
Que ao acordar esta manhã
Entrei no futuro?..
VÊ!...
Olha para esta foto:
Eis o passado
Em pleno presente!...
" Então em que ficamos?
E para quê complicar as coisas,
Se não fazemos mais
Do que pensar?... "
- Adquirimos o hábito de pensar...
" Diz-lhes isso
E rir-se-ão de ti! "
- Não faz mal!...
" Eles estão sempre certos... "
- De qualquer maneira
PERGUNTAR-LHES-IA:
Que horas são em vossos relógios?
Qual a distância entre o saber
E o não saber?
Porque dizeis constantemente
« SE DEUS QUISER »?
Porque pensais assim?
Por isso
ESTAIS SEMPRE DE ACORDO
SOIS TODOS IGUAIS
NORMAIS EM TUDO...
" És louco! "
- Ainda assim, perguntar-lhes-ia:
Porquê esse deserto,
Essa distância,
Sem a mínima intenção
Em ser convertido
Noutra coisa qualquer?
" Sabes o que diriam? "
- A resposta
Só poderia ser esta:
Não há distância entre duas árvores...
Haverá somente
ENTRE NÓS E ELAS.
" Não percebi bem... "
- Por exemplo:
Aquele que está no espelho
Virado para ti,
Quem pensas que é?...
" Sei que não pensa
E não fala enquanto falas... "
- Da sua boca
Não sai nenhum som...
Olha-te
E não te vê...
" Praticamente
É um boneco parecido contigo... "
- Sim...
Mas como parecer
É NÃO SER
Logo eu não estou ali!...
" Então? "
- Por este motivo,
Ele
É o lado de cá da verdade...
O VAZIO
Onde as palavras perdidas
Se encontram, para abraçar a vida...
Por isso, quero que saibas:
Desde o instante
Em que o Vimos pela primeira vez,
PERDÊMO-LO PARA SEMPRE...
Pois aí mesmo,
Ele partiu
Para nunca mais criar a distância...
" Já percebo...
No entanto, há uma coisa
Que não compreendo ainda... "
- Qual?
" O que é o lado de cá
Da verdade? "
- Eu poderia fazer-te entender
Que esse lado de cá
É o lado real,
E de cada vez que disser
LADO DE CÁ
Referir-me-ei a qualquer coisa
Que está para cá
Daquilo que estiver em causa,
E que impreterivelmente
Terá que ver com isso,
Como por exemplo:
Aquilo que é anterior á linguagem
Está para cá dela mesma...
" Fantasias demais... "
Pois...
Mas pode muito bem ser isso a verdade!...
" É curioso... "
- O que foi?
" Repara no reflexo do espelho:
Ele virou-nos as costas... "
- Deixa lá...
É melhor assim.
( Um tema: Dear Mr. Fantasy -
- Crosby, Stills, Nash & Young )
Boa semana!
Pain-Killer
Thursday, July 26, 2007
Wednesday, July 04, 2007
Á NOITE NO MEU QUARTO
E DEPOIS DO JANTAR.
( Pastel seco, do autor do blog -
a partir do original de Greuze )
Se não modificar o ambiente deste local, estarei diariamente no passado.Procuro ser o mais actual possível, e não será preciso dizer que estes objectos mudam constantemente de lugar.Por outro lado, penso que a guitarra do vizinho de cima se avariou: é bom que assim seja.
- Poeta!...
Sinto-te uma preocupação...
" Isso também eu noto em ti! "
- Não sabes porque queres,
POR ISSO QUERES...
" Posso deixar de querer? "
- DE QUERER NÃO QUERER!...
" De facto,
Gera-se em mim um querer...
NÃO!
Não sei o que quero! "
- Meu caro poeta!
Deixemos isso por agora:
Vou antes responder á tua pergunta...
" Que pergunta?... "
- Há uns tempos atrás,
Desejavas conhecer o meu mundo...
" Sim...
Segredaste-me algo ao ouvido,
Não cheguei a perceber bem... "
- POIS AGORA TE DIREI:
O meu mundo,
É cada ambiente
Em que julgo estar.
Neste momento
Encontro-me sepultado de pé,
Debaixo das palavras
Enterrado neste profundo querer...
" Do querer da palavra? "
- A palavra
NÃO TEM QUERER!...
Ao mesmo tempo
Sinto que sou algo
Que a experiência conseguiu...
" Preciso de saber mais ainda,
Para saber realmente o que quero? "
- Alegra-te saber que o querer
É independente da palavra?...
" Não sei o que quero!... "
- Esse querer
NÃO É IDÉIA...
" Só pode ser idéia
Aquilo que justifica o querer? "
- Antes disso,
O querer, existiu sempre
Para cá de qualquer linguagem,
Como a idéia sem palavras
Que em ti mora,
E te deixa em sobressalto
Obrigando-te a recorrer a mim.
" Como és estranho...
Qual é o teu nome? "
- Se chamares pelo meu nome,
Não chamarás por mim...
" Tenho medo,
Sinto-me só...
Responde-me:
Qual é o teu nome?... "
- O meu nome não tem nome...
Nasci sem ele,
Como tu...
" Mas tu chamas-me poeta! "
- Isso não é um nome!...
" Já percebo...
És então um homem,
E o importante é falar contigo. "
- Um homem!?
Não digas isso!...
" E porque não? "
- Cala-te!
O que tens é medo...
Se não tivesses medo
Não me procuravas!...
" Enganas-te!
Já não tenho medo do medo,
Gosto do medo! "
- Bravo, poeta!...
O medo fascina-te
Por ser um tipo de deslumbramento.
" Sim...tens razão...
Estou deslumbrado...
Mas não pelo medo. "
- Como assim?
" Estou deslumbrado
Com a sua transformação!...
AMO-TE, DANI...ELA.
( Um álbum: " THE MELODY AT NIGHT WITH YOU "
- Keith Jarret )
Bom-fim-semana!
Pain-Killer
E DEPOIS DO JANTAR.
( Pastel seco, do autor do blog -
a partir do original de Greuze )
Se não modificar o ambiente deste local, estarei diariamente no passado.Procuro ser o mais actual possível, e não será preciso dizer que estes objectos mudam constantemente de lugar.Por outro lado, penso que a guitarra do vizinho de cima se avariou: é bom que assim seja.
- Poeta!...
Sinto-te uma preocupação...
" Isso também eu noto em ti! "
- Não sabes porque queres,
POR ISSO QUERES...
" Posso deixar de querer? "
- DE QUERER NÃO QUERER!...
" De facto,
Gera-se em mim um querer...
NÃO!
Não sei o que quero! "
- Meu caro poeta!
Deixemos isso por agora:
Vou antes responder á tua pergunta...
" Que pergunta?... "
- Há uns tempos atrás,
Desejavas conhecer o meu mundo...
" Sim...
Segredaste-me algo ao ouvido,
Não cheguei a perceber bem... "
- POIS AGORA TE DIREI:
O meu mundo,
É cada ambiente
Em que julgo estar.
Neste momento
Encontro-me sepultado de pé,
Debaixo das palavras
Enterrado neste profundo querer...
" Do querer da palavra? "
- A palavra
NÃO TEM QUERER!...
Ao mesmo tempo
Sinto que sou algo
Que a experiência conseguiu...
" Preciso de saber mais ainda,
Para saber realmente o que quero? "
- Alegra-te saber que o querer
É independente da palavra?...
" Não sei o que quero!... "
- Esse querer
NÃO É IDÉIA...
" Só pode ser idéia
Aquilo que justifica o querer? "
- Antes disso,
O querer, existiu sempre
Para cá de qualquer linguagem,
Como a idéia sem palavras
Que em ti mora,
E te deixa em sobressalto
Obrigando-te a recorrer a mim.
" Como és estranho...
Qual é o teu nome? "
- Se chamares pelo meu nome,
Não chamarás por mim...
" Tenho medo,
Sinto-me só...
Responde-me:
Qual é o teu nome?... "
- O meu nome não tem nome...
Nasci sem ele,
Como tu...
" Mas tu chamas-me poeta! "
- Isso não é um nome!...
" Já percebo...
És então um homem,
E o importante é falar contigo. "
- Um homem!?
Não digas isso!...
" E porque não? "
- Cala-te!
O que tens é medo...
Se não tivesses medo
Não me procuravas!...
" Enganas-te!
Já não tenho medo do medo,
Gosto do medo! "
- Bravo, poeta!...
O medo fascina-te
Por ser um tipo de deslumbramento.
" Sim...tens razão...
Estou deslumbrado...
Mas não pelo medo. "
- Como assim?
" Estou deslumbrado
Com a sua transformação!...
AMO-TE, DANI...ELA.
( Um álbum: " THE MELODY AT NIGHT WITH YOU "
- Keith Jarret )
Bom-fim-semana!
Pain-Killer
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