Thursday, March 29, 2007

DANIELA,
MAIS QUE UMA MULHER.
















Entre esta gente que passa por mim, uma certeza me fica: manifesta-se claramente aquilo que não se vê: A MODA.
Da mesma forma, o sorriso sincero daquela criança indiana que me olha descontraídamente, através da janela da carruagem da frente...
Ela vive indiferente ao lixo que rod
eia o seu mundo...de fantasia?














( Foto de: Daniela Rocha )

- Sinto-te estranho...

O que tens, poeta?

" Tens razão...
Sinto-me assim desde a semana passada. "

- O que se passou?...

" Estive em Paris!... "














( Foto de: Daniela Rocha )


- Tu, em Paris!?...
Não me faças rir...

" Mas é verdade!...
Se não acreditas, pergunta á Dani.














Estivemos juntos durante
Uma semana maravilhosa...














Foi memorável, apaixonante...

Foi...














( Foto de: Daniela Rocha )

O nosso primeiro Tango em Paris. "

- Então, porque estás com essa expressão?...

" Emocionei-me diante daquele espectáculo!...














Talvez o dejá vu tivera influência, não sei..."

- Hum...

A razão deve ser outra...

" Nada disso.
Aquela cidade
Segredava-me alguma coisa,
Mas ainda não sei bem... "













( Foto de: Daniela Rocha )

- Creio que é simples!...

VEJAMOS:
Em princípio, gostaste de a vêr,
Não é verdade?...

" Sim... "

- Talvez algo mais se passou
Depois de a teres visto...














( Foto de: Daniela Rocha )

" É verdade...

Lembrei-me do teu pai falar sobre ela... "













( Foto de: Daniela Rocha )

- CONHECÍA-LA!...


" Ainda que virtualmente...
Mas faltava-me sentir o seu cheiro. "













( Foto de: Daniela Rocha )

- Mas é claro!

Isso equivalia
A UM POUCO MAIS
De a teres sentido pela primeira vez.
Quero dizer:
QUASE SEM LOCAL!...














( Foto de: Daniela Rocha )

" Não percebi nada!... "


- Por outras palavras:
Normalmente o local
É sempre secundário...

" Então, o que terei sentido de concreto? "














( Foto de: Daniela Rocha )

- Penso que

Em teu sentir, Paris chegara
DEPOIS DO LOCAL EM QUE ESTAVA:
Fez-se notar mais depressa
Do que aquilo que era anterior.

" Consideras então,
Que toda a informação anterior não é importante? "














- Não é isso...

Mas considero que existe algo mais importante
Que essas questões metafísicas:














( Foto de: Daniela Rocha)


O AMOR QUE A DANIELA NOS DÁ.

Independentemente da cidade ou local
ONDE ESTAMOS.

" Logo tu,
Que eras indiferente ao amor... "














( Foto de: Daniela Rocha )


- Indiferente não!
Reconheço agora que
NUNCA O TINHA SENTIDO AUTÊNTICAMENTE.

" Pois... eu sabia...
Ela é Ela...
Aquela que sempre sorriu

Dentro de ti. "














- Sim, poeta...

A Dani é mais que uma mulher:
ELA É A MULHER DA MINHA VIDA!

Amo-te, Danishe..." save me a place in the heart of your hearts... "


( Um tema: " LADY OF DREAMS "- Kitaro )


Bom-fim-semana!

( Um peixinho...dos nossos, DANISHE... )

Pain-Killer

Wednesday, March 14, 2007

" CONVENCIONAL...MENTE "




















- Vês, poeta!...
Lá está o imprevisto...

" Imprevisto!?...
O que é para ti, o imprevisto? "















- É sempre aquilo

Que parece vir sem associação,
Ou como dirão os outros:



















POR ACASO...

" Pouco importa! "

- Falas assim, porque praticamente
Só vês poesia...











Ou porque o inesperado,

NÃO É AINDA
O esclarecimento do facto
No objecto da emoção inesperada.

" Qual emoção? "














( Foto de: Daniela Rocha )


- Não faças caso...

Tudo se precipita!...

" Que faço aqui? "

- E eu, que faço
Com esta foto
Que aperto na mão?...














" Como veio?... "


- E PORQUÊ?...

" Não sei... "

- É isso!...
Cada coisa, cai redonda
EM SUA MULTIPLICIDADE!













" Cada coisa? "


- Sim...
Cada coisa!...

" Então,
Cada coisa contém em si
Um infinito de significação? "



















- Coisa?...

É relativo, dizer-se
COISA...
Mas é evidente:
Sua irrealidade
Absoluta por natureza,
AINDA QUE SEJA LARANJA...















( Foto de: Daniela Rocha )

NÃO É DECIFRÁVEL...

" Não!? "

- Não!
Dela, extraímos
Um pouco de cada coisa,
Duma Coisa só...














Mais exactamente:

Por mera convenção,
Coisa em si
É PARTICULARMENTE NOSSA.



















" Estou convencido... "

- Claro que estás, poeta!



















CONVENCIONAL...MENTE.

( Um album: " SOL DO MEIO DIA " -

- Egberto Gismonti )

Bom-fim-semana!

Pain-Killer

Tuesday, March 06, 2007

NA DIRECÇÃO DA COISA-MAIS,
TENTANDO FUGIR AO CONVENCIONAL.
















- Poeta!...
SEI QUEM ÉS...

" Quem sou? "

- ÉS AO QUE VENS!



















E não poderias ser outro,
Excepto o poeta simples
Que cá dentro mora.

" O que pretendemos? "

- Relacionarmo-nos o menos possível
Com a linguagem comum...














Ou com aquilo
Que conhecemos antecipadamente,
E que para cá do mais
É CONVENCIONAL.













" Terá então de haver

Como é óbvio,
Uma certa diferença
Entre essa linguagem e nós. "



















( Foto de: Daniela Rocha )

- Essa diferença
Será eventualmente
O que irá prevalecer,
Manifestando-se
Não como um traço de união,
MAS COMO UM CORTE!...



















" E conseguiremos? "

- Dependerá de nosso entender,
De nossa ocasião...
Todavia,
Não será fácil
Descolarmo-nos das idéias...



















Descolarmo-nos
De confidências intermitentes.

" Intermitentes!? "













- Poderia ter dito

CONFIDÊNCIAS ADIADAS.

" Por conseguinte:
Aquilo que vier
Será mera introdução? "














( Foto de: Daniela Rocha )


- Será
COISA-MAIS!

" Porque estás de mãos nos bolsos?... "

- Ajusto-me melhor...
Mas principiemos:

Eis a rosa!...














Ou antes:
A outra Coisa!...

" Mas qual?...
De que falas?... "



















- Ainda não sei bem...
Trata-se dum improviso.

" Tentemos de novo! "

- Eis á rosa...

" Á rosa?!..."

- Áquilo a que chamamos rosa!














Ei-la sem côr,
Sem forma...

" Com aroma?... "

- Nunca!...

" Então com quê? "

- Teremos de aguardar...













" Mas porquê sem aroma? "

- Porque o aroma
Pressupõe imediatamente a rosa.














" Então que raio de Coisa

Tencionas mostrar-me?... "

- O meu rosto autêntico!...



















" E como vais consegui-lo? "

- Terei de inventar-me
No ser da rosa,
E TENTAR VÊR-ME...













VÊR-ME
Como se eu fosse ela mesma!...

" És louco!...
O mais que poderias obter,
Seria sentires a tua presença
E nada mais. "













- Nada mais que um pressentime
nto
Informe?...
Talvez, poeta!

Contudo tentemos...













" Se lhe dermos côr

MENTIREMOS? "

- Se lhe dermos forma,
MENTIREMOS DE NOVO!
Apesar disso,
Vamos chamar-lhe rosa...

" Com que fim? "

- Para sabermos
Que não se trata da rosa!
Libertemos em seguida
Esta ansiedade cosmológica:


















Na tentativa de

Encontrarmos a verdade
MENOS EXTENSIVA...

" E que verdade é essa? "

- Será inevitávelmente,
A VERDADE
NÓS-TEMPO...














Ou mais concretamente,

NÓS-ÁQUEM-TEMPO.

" Áquem-tempo?... "

- A verdade
NÓS
ESPAÇO
COISA















E ao descobrirmos
O que está para cá
DO ASPECTO ROSA


















( Foto de: Daniela Rocha )


Seremos instante,

OCASIÃO...
Aí, verás o meu rosto.

" É magnífico,
Mas ainda não compreendo bem... "

- Ser ocasião,
É tornarmo-nos verdade com ela.

" Ela, quem?... "

- COISA-NÃO-ROSA...

















( Foto de: Daniela Rocha )


É tornarmo-nos complexidade,

ORGANISMO ESPIRITUAL...

" Progresso?... "

- Na percepção
Do instante-coisa a saber.



















Então o círculo abrir-s
e-á
Numa apreensão emergida para nós.

" Tenho medo!... "













- De quê?!...


" De o conseguirmos... "

- Não sejas tolo!
Se O conseguirmos
SEREMOS REGRESSO!...

" Compreensão?... "














- Assim, a verdade
Mostrar-se-á em nosso tempo
NÃO-ASPECTO-ROSA
EU-OUTRO!

" Em nosso tempo!? "

- Exactamente nele.














Entretanto, aquilo que vier

Não terá de forma alguma
A forma duma rosa,
Mas sim
A forma exacta do meu rosto.

" É assim um pouco
Como na pintura abstracta?... "



















- Sim...
Há certos pintores que entram nesses caminhos...

" E desse instante para cá?... "

- Todo o resto será alternado.
















" Afinal, nada surgiu!... "


- Teremos de o tentar mais vezes.














( Um tema: " LAS VEGAS TANGO " - Gil Evans )


Bom-fim-semana!

Pain-Killer