Monday, December 03, 2007

NA DIRECÇÃO DO MEDO













" Para onde vais?... "

- Não sei...
Sigo apenas na espiral,

Desprezando o conformismo...

NADA DE PARAR!...


















" O idêntico e o inseparável
Não se adaptam à tua consciê
ncia? "

- Não!...
Por suspeitar que a minha luz

SÓ SE APAGA UMA ÚNICA VEZ!...













Por isso mesmo ainda,
ODEIO
A NOÇÃO DE ETERNIDADE













Pela simples razão

De qualquer tipo de limite

Estar infalivelmente ao meu alcance.


" O que é para ti a eternidade? "

- O que é?...

" Será realmente

- A IMAGEM MÓVEL DO TEMPO - ? "













- Aí está uma frase
Extraordinariamente bela,
Mas essencialmente poética!...

Meu caro:

Só na matéria existe movimento,

E para cá disso

Não há
Qualquer tipo de imagem no tempo.


" Mas trata-se da

IMAGEM DO TEMPO! "












- Qual imagem!?...

O tempo

É inexpressivo.
NÃO TEM APARÊNCIA.













" Nenhum objecto é imóvel?
"

Só a eternidade o poderá ser...
Essa ausência total

Que é como uma autêntica janela,
FECHADA PARA A HUMANIDADE!...












" No que acabo de ouvir
Algo me deixa confuso... "


- De que se trata?

" Tempo e eternidade
São a mesma coisa? "


- Evidentemente que não!...
Dum objecto a outro

O TEMPO PÁRA

E A ETERNIDADE NÃO...













Ou melhor:
NÃO TEM MOTIVO PARA ISSO!...











" E porquê?... "

Porque a eternidade é imóvel
E simultâneamente

É EXTERIOR AO HOMEM!...















" Ai de mim...

É imprescindivel recorrer ao espírito... "


- EI-LO













Subindo à preia-mar...

À terra-céu

Da tua breve alegria...


" Breve alegria?...
Porque tem que ser breve?..."


- Porque o tempo assim o quer.

" Não gosto do tempo... "


- Vai... vai...

Vai nele,

No espírito,

Nessa tua incolor alegria...













" O que é isto que sinto? "


- A par dessa mansidão inconsciente,
A natureza quase se desfigura

Num suave flutuar

Ante a visão inesperada

No interior desse meu sentir.














" E que poderei compreender
Nessa linguagem? "


- A que te referes?

" AO INTERIOR DESSE TEU SENTIR... "

- Quero dizer,
Que a minha sensibilidade

Não envolve aquilo que penso.
Aquilo que eu penso

NÃO ESTÁ EM MIM...













Unicamente o que está,
São as palavras:

REPRESENTAÇÕES

DAQUILO EM QUE PENSO.














" O que se passa contigo? "


- Neste momento

Não sei o que pretendo dar-me...
SÓ SEI












Que continuo a ter horror
A todo o significado!...


" E então? "

- Gostava de poder pensar
Fosse o que fosse

Sem me limitar.















Toda esta curiosidade
Jamais devia ser interrompida,

Mas o prazer de a saciar

A limita...















Por outro lado,

Também não faz mal!...

O que é necessário

É fugir a determinismos metafísicos...

A essa maldita crença!...

O MEDO...















" Em ti existe o medo? "


- Naturalmente que sim.


" Mas porquê? "


- Porque entendo
Não só pela minha insignificância,

Mas também pela força exterior

Que sei
Ser mais forte que eu.


" Então, inconscientemente

Diriges-te para o medo... "


- Sim...















Ele é a causa,

O COLOSSO

Que me conduz.


( Um tema: " SIMPLE THOUGHTS "-

- Kenny Barron/Mino Cinelu )


Boa semana!


Pain-Killer